Estalão CÃO DE ÁGUA PORTUGUÊS
CÃO DE ÁGUA PORTUGUÊS
ORIGEM: Portugal
DATA DE PUBLICAÇÃO DO ESTALÃO DE ORIGEM EM VIGOR: 04-11-2008
UTILIZAÇÃO: Companheiro na faina da pesca e no cobro e cão de familia.
CLASSIFICAÇÃO F.C.I.:
Grupo 8 Cães cobradores e levantadores de caça e Cães de Água
Secção 3 Cães de Água
BREVE RESUMO HISTÓRICO: Em épocas muito remotas o Cão de Água teve o seu solar em todo o litoral português. Hoje, pela contínua modificação da arte da pesca, encontra-se principalmente no Algarve, região esta que é o seu actual solar. A sua presença nas costas de Portugal deve remontar a épocas muito idas, devendo o Cão de Água ser considerado como uma raça do país.
ASPECTO GERAL E APTIDÕES: Cão mesomorfo, sub-convexilíneo com tendências para rectilíneo; tipo bracóide. Harmónico de formas, equilibrado, robusto e bem musculado. Apreciável desenvolvimento muscular devido ao constante exercício da natação.
Nadador e mergulhador exímio e resistente, é inseparável companheiro do pescador, a quem presta inúmeros serviços, tanto na pesca como na guarda e defesa do seu barco e propriedade. Durante a faina da pesca, atira-se voluntariamente ao mar para apanhar e trazer o peixe escapado, mergulhando se for necessário, e procedendo da mesma forma se alguma rede se parte ou algum cabo se solta. É empregado também como agente de ligação entre o barco e a terra, e vice-versa, mesmo quando a distância é apreciável.
PROPORÇÕES IMPORTANTES: Tipo mediolíneo, com o comprimento do corpo aproximadamente igual à altura do garrote. Altura do garrote / altura do peito de 2:1; comprimento do crânio /chanfro de 4:3.
COMPORTAMENTO / CARÁCTER: Animal de inteligência invulgar, compreende e obedece facilmente com alegria a todas as ordens do seu dono. Cão de temperamento ardente, voluntarioso e altivo, sóbrio e resistente à fadiga. Tem a expressão dura e um olhar penetrante e atento. Possui grande poder visual e apreciável sensibilidade olfactiva.
CABEÇA: Bem proporcionada, forte e larga. Eixos crânio-faciais paralelos.
REGIÃO CRANIANA:
Crânio: Visto de perfil o seu comprimento predomina levemente sobre o do chanfro (4:3). A sua curvatura é mais acentuada posteriormente e a crista occipital é pronunciada. Visto de frente os parietais têm a forma abobada com leve depressão central, a fronte é ligeiramente escavada, o sulco frontal prolonga-se até dois terços dos parietais e as arcadas supra-ciliares são proeminentes.
Chanfradura Nasal (Stop): Bem definida e situada um pouco atrás do canto interno dos olhos.
REGIÃO FACIAL:
Trufa: Larga, narinas abertas e de fina pigmentação. De cor preta nos exemplares de pelagem preta, branca e suas combinações. Nos acastanhados, a cor segue a tonalidade de pelagem, mas nunca deve ser almarada.
Chanfro: Recto, mais largo na base que na extremidade.
Lábios: Fortes especialmente na parte da frente. Comissura não aparente. Mucosa bucal (céu da boca, debaixo da língua e gengivas) acentuadamente pigmentada de preto.
Maxilas/Dentes: Fortes e correctas. Dentes bons e não aparentes. Caninos fortes e desenvolvidos.
Olhos: Tamanho médio, regulares, aflorados, arredondados, afastados e levemente oblíquos. A coloração da íris é preta ou castanha e as pálpebras, que são finas, orladas de preto. Conjuntiva não aparente.
Orelhas: Inserção acima da linha dos olhos, colocadas contra a cabeça, levemente abertas para trás e cordiformes. Leves, a sua extremidade nunca ultrapassa a garganta.
PESCOÇO: Direito, curto, redondo, musculado, bem lançado e de porte alto, ligando-se ao tronco de uma forma harmoniosa. Sem colar nem barbela.
TRONCO:
Linha superior: Direita e horizontal.
Garrote: Largo e não saliente.
Dorso: Direito, curto, largo e bem musculado.
Lombo: Curto e bem unido à garupa.
Garupa: Bem conformada, levemente inclinada; ancas simétricas e pouco aparentes.
Peito: Largo e profundo. O seu bordo inferior deve tocar o plano do codilho. As costelas são compridas e regularmente oblíquas, proporcionando grande capacidade respiratória.
Abdómen: Reduzido volume e elegante.
CAUDA: Inteira, de inserção média, grossa na base e de fina terminação. O seu comprimento não deve ultrapassar o curvilhão. Na atenção enrola-se em óculo, não indo além da linha média dos rins. É um precioso auxiliar na natação e mergulho.
MEMBROS:
MEMBROS ANTERIORES: Fortes e direitos. Bem aprumados. Admitem-se levemente estacados.
Espáduas: Bem inclinadas de perfil e transversalmente. Forte desenvolvimento muscular.
Braços: Fortes e de comprimento regular. Paralelos à linha média do corpo.
Antebraços: Compridos e de forte musculatura.
Carpos: Forte ossatura, mais largos de frente que de lado.
Metacarpos: Longos e fortes.
Mãos: Arredondadas e espalmadas. Dedos pouco arqueados, de comprimento médio. A membrana digital, que acompanha o dedo em todo o seu comprimento, é constituída por tecidos flácidos e guarnecida por abundante e comprida pelagem. As unhas pretas são as preferidas, mas, segundo as pelagens, também são admitidas as brancas, raiadas ou castanhas. Unhas levemente afastadas do solo. Sola rija no tubérculo plantar e de espessura normal nos tubérculos digitais.
MEMBROS POSTERIORES: Bem musculados e direitos. Bem aprumados. Admitem- se um pouco acurvilhados.
Nádegas: Compridas e de boa curvatura.
Coxas: Fortes e de regular comprimento. Muito bem musculadas. A rótula não se afasta do plano médio do corpo.
Pernas: Compridas e muito bem musculadas. Não se afastam do plano médio do corpo. Bem inclinadas no sentido antero-posterior. Toda a estrutura ligamentosa é forte.
Tarsos: Fortes.
Metatarsos: Compridos. Nunca há dedos suplementares.
Pés: Em tudo idênticos às mãos.
ANDAMENTOS: Movimentos desembaraçados, passo curto, trote ligeiro e cadenciado, galope enérgico.
PELAGEM
Todo o corpo se encontra abundantemente revestido de resistente pêlo. Há duas variedades de pelagem: uma comprida e ondulada e outra mais curta e encarapinhada.
A primeira variedade é ligeiramente lustrada e fofa, a segunda atochada, baça e reunida em mechas cilindriformes. À excepção dos sovacos e virilhas os pêlos distribuem-se por igual em todo o tegumento. Na cabeça tomam o aspecto de trunfa, na pelagem ondulada e de carapinha na outra variedade. O pêlo das orelhas adquire maior comprimento na variedade de pelagem ondulada.
A coloração da pelagem é preta ou castanha nas suas tonalidades, ou branca unicolor. Nas cores preta e castanha admite-se o malhado de branco nas seguintes áreas:
chanfro, pescoço, peitoral, ventre, ponta da cauda e parte inferior dos membros a partir dos codilhos e curvilhões.
A pelagem branca deve existir sem albinismo, pelo que as ventas, bordos palpebrais e interior da boca devem ser pigmentados de negro.
Não tem subpêlo.
É característica nesta raça a tosquia parcial da pelagem, quando esta se torna muito comprida. A metade posterior do corpo, o focinho e a cauda são tosquiados, ficando todavia nesta uma pequena borla na ponta.
ALTURA E PESO:
Altura ao garrote: Machos: De 50 a 57 cm, sendo a altura ideal 54cm.
Fêmeas: De 43 a 52 cm, sendo a altura ideal 46 cm.
Peso: Machos: 19-25 kg
Fêmeas: 16-22 kg
DEFEITOS: Qualquer desvio em relação ao estalão deve ser considerado como falta e penalizado na exacta proporção da sua gravidade e das suas consequências na saúde e bem estar do cão.
DEFEITOS GRAVES:
Cabeça: Muito longa, estreita, chata e afilada;
Chanfro: Muito afunilado ou ponteagudo;
Olhos: Claros, muito salientes ou muito encovados;
Orelhas: Má inserção, muito grandes, muito curtas ou dobradas;
Cauda: Pesada, caída na acção ou erecta perpendicularmente;
DEFEITOS ELIMINATÓRIOS (DESQUALIFICAÇÕES):
Maxilas: Prognatismo ou endognatismo;
Olhos: Gázeos, desiguais na forma ou no tamanho;
Surdez: Congénita ou adquirida.
Cauda: Amputada, rudimentar ou não existente;
Pés: Existência de presunhos;
Pelagem: Albinismo, narinas almaradas no todo ou em parte, pêlo diferente dos tipos descritos;
Tamanho: Gigantismo ou nanismo;
Todo o cão que apresentar qualquer nível de anomalia física ou de comportamento deve ser desqualificado.
Nota: Os machos devem sempre apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem descidos no escroto.
Fonte : Clube Português de Canicultura (www.cpc.pt)