Estalão CÃO DE ÁGUA PORTUGUÊS

CÃO DE ÁGUA PORTUGUÊS

(Standard FCI Nº37)
 

ORIGEM: Portugal

 

DATA DE PUBLICAÇÃO DO ESTALÃO DE ORIGEM EM VIGOR: 04-11-2008

 

UTILIZAÇÃO: Companheiro na faina da pesca e no cobro e cão de familia.

CLASSIFICAÇÃO F.C.I.: 

Grupo 8 Cães cobradores e levantadores de caça e Cães de Água

Secção 3 Cães de Água

 

BREVE RESUMO HISTÓRICO: Em épocas muito remotas o Cão de Água teve o seu solar em todo o litoral português. Hoje, pela contínua modificação da arte da pesca, encontra-se principalmente no Algarve, região esta que é o seu actual solar. A sua presença nas costas de Portugal deve remontar a épocas muito idas, devendo o Cão de Água ser considerado como uma raça do país.

 

ASPECTO GERAL E APTIDÕES: Cão mesomorfo, sub-convexilíneo com tendências para rectilíneo; tipo bracóide. Harmónico de formas, equilibrado, robusto e bem musculado. Apreciável desenvolvimento muscular devido ao constante exercício da natação.

Nadador e mergulhador exímio e resistente, é inseparável companheiro do pescador, a quem presta inúmeros serviços, tanto na pesca como na guarda e defesa do seu barco e propriedade. Durante a faina da pesca, atira-se voluntariamente ao mar para apanhar e trazer o peixe escapado, mergulhando se for necessário, e procedendo da mesma forma se alguma rede se parte ou algum cabo se solta. É empregado também como agente de ligação entre o barco e a terra, e vice-versa, mesmo quando a distância é apreciável.

 

PROPORÇÕES IMPORTANTES: Tipo mediolíneo, com o comprimento do corpo aproximadamente igual à altura do garrote. Altura do garrote / altura do peito de 2:1; comprimento do crânio /chanfro de 4:3.

 

COMPORTAMENTO / CARÁCTER: Animal de inteligência invulgar, compreende e obedece facilmente com alegria a todas as ordens do seu dono. Cão de temperamento ardente, voluntarioso e altivo, sóbrio e resistente à fadiga. Tem a expressão dura e um olhar penetrante e atento. Possui grande poder visual e apreciável sensibilidade olfactiva.

 

CABEÇA: Bem proporcionada, forte e larga. Eixos crânio-faciais paralelos.

 

REGIÃO CRANIANA:

Crânio: Visto de perfil o seu comprimento predomina levemente sobre o do chanfro (4:3). A sua curvatura é mais acentuada posteriormente e a crista occipital é pronunciada. Visto de frente os parietais têm a forma abobada com leve depressão central, a fronte é ligeiramente escavada, o sulco frontal prolonga-se até dois terços dos parietais e as arcadas supra-ciliares são proeminentes.

Chanfradura Nasal (Stop): Bem definida e situada um pouco atrás do canto interno dos olhos.

 

REGIÃO FACIAL:

Trufa: Larga, narinas abertas e de fina pigmentação. De cor preta nos exemplares de pelagem preta, branca e suas combinações. Nos acastanhados, a cor segue a tonalidade de pelagem, mas nunca deve ser almarada.

Chanfro: Recto, mais largo na base que na extremidade.

Lábios: Fortes especialmente na parte da frente. Comissura não aparente. Mucosa bucal (céu da boca, debaixo da língua e gengivas) acentuadamente pigmentada de preto.

Maxilas/Dentes: Fortes e correctas. Dentes bons e não aparentes. Caninos fortes e desenvolvidos.

Olhos: Tamanho médio, regulares, aflorados, arredondados, afastados e levemente oblíquos. A coloração da íris é preta ou castanha e as pálpebras, que são finas, orladas de preto. Conjuntiva não aparente.

Orelhas: Inserção acima da linha dos olhos, colocadas contra a cabeça, levemente abertas para trás e cordiformes. Leves, a sua extremidade nunca ultrapassa a garganta.

 

PESCOÇO: Direito, curto, redondo, musculado, bem lançado e de porte alto,  ligando-se ao tronco de uma forma harmoniosa. Sem colar nem barbela.

 

TRONCO:

Linha superior: Direita e horizontal.

Garrote: Largo e não saliente.

Dorso: Direito, curto, largo e bem musculado.

Lombo: Curto e bem unido à garupa.

Garupa: Bem conformada, levemente inclinada; ancas simétricas e pouco aparentes.

Peito: Largo e profundo. O seu bordo inferior deve tocar o plano do codilho. As costelas são compridas e regularmente oblíquas, proporcionando grande capacidade respiratória.

Abdómen: Reduzido volume e elegante.

 

CAUDA: Inteira, de inserção média, grossa na base e de fina terminação. O seu comprimento não deve ultrapassar o curvilhão. Na atenção enrola-se em óculo, não indo além da linha média dos rins. É um precioso auxiliar na natação e mergulho.

 

MEMBROS:

MEMBROS ANTERIORES: Fortes e direitos. Bem aprumados. Admitem-se levemente estacados.

Espáduas: Bem inclinadas de perfil e transversalmente. Forte desenvolvimento muscular.

Braços: Fortes e de comprimento regular. Paralelos à linha média do corpo.

Antebraços: Compridos e de forte musculatura.

Carpos: Forte ossatura, mais largos de frente que de lado.

Metacarpos: Longos e fortes.

Mãos: Arredondadas e espalmadas. Dedos pouco arqueados, de comprimento médio. A membrana digital, que acompanha o dedo em todo o seu comprimento, é constituída por tecidos flácidos e guarnecida por abundante e comprida pelagem. As unhas pretas são as preferidas, mas, segundo as pelagens, também são admitidas as brancas, raiadas ou castanhas. Unhas levemente afastadas do solo. Sola rija no tubérculo plantar e de espessura normal nos tubérculos digitais.

MEMBROS POSTERIORES: Bem musculados e direitos. Bem aprumados. Admitem- se um pouco acurvilhados.

Nádegas: Compridas e de boa curvatura.

Coxas: Fortes e de regular comprimento. Muito bem musculadas. A rótula não se afasta do plano médio do corpo.

Pernas: Compridas e muito bem musculadas. Não se afastam do plano médio do corpo. Bem inclinadas no sentido antero-posterior. Toda a estrutura ligamentosa é forte.

Tarsos: Fortes.

Metatarsos: Compridos. Nunca há dedos suplementares.

Pés: Em tudo idênticos às mãos.

 

ANDAMENTOS: Movimentos desembaraçados, passo curto, trote ligeiro e cadenciado, galope enérgico.

 

PELAGEM

Todo o corpo se encontra abundantemente revestido de resistente pêlo. Há duas variedades de pelagem: uma comprida e ondulada e outra mais curta e encarapinhada.

A primeira variedade é ligeiramente lustrada e fofa, a segunda atochada, baça e reunida em mechas cilindriformes. À excepção dos sovacos e virilhas os pêlos distribuem-se por igual em todo o tegumento. Na cabeça tomam o aspecto de trunfa, na pelagem ondulada e de carapinha na outra variedade. O pêlo das orelhas adquire maior comprimento na variedade de pelagem ondulada.

A coloração da pelagem é preta ou castanha nas suas tonalidades, ou branca unicolor. Nas cores preta e castanha admite-se o malhado de branco nas seguintes áreas:

chanfro, pescoço, peitoral, ventre, ponta da cauda e parte inferior dos membros a partir dos codilhos e curvilhões.

A pelagem branca deve existir sem albinismo, pelo que as ventas, bordos palpebrais e interior da boca devem ser pigmentados de negro.

Não tem subpêlo.

É característica nesta raça a tosquia parcial da pelagem, quando esta se torna muito comprida. A metade posterior do corpo, o focinho e a cauda são tosquiados, ficando todavia nesta uma pequena borla na ponta.

 

ALTURA E PESO:

Altura ao garrote: Machos: De 50 a 57 cm, sendo a altura ideal 54cm.

Fêmeas: De 43 a 52 cm, sendo a altura ideal 46 cm.

Peso: Machos: 19-25 kg

Fêmeas: 16-22 kg

 

DEFEITOS: Qualquer desvio em relação ao estalão deve ser considerado como falta e penalizado na exacta proporção da sua gravidade e das suas consequências na saúde e bem estar do cão.

 

DEFEITOS GRAVES:

Cabeça: Muito longa, estreita, chata e afilada;

Chanfro: Muito afunilado ou ponteagudo;

Olhos: Claros, muito salientes ou muito encovados;

Orelhas: Má inserção, muito grandes, muito curtas ou dobradas;

Cauda: Pesada, caída na acção ou erecta perpendicularmente;

 

DEFEITOS ELIMINATÓRIOS (DESQUALIFICAÇÕES):

Maxilas: Prognatismo ou endognatismo;

Olhos: Gázeos, desiguais na forma ou no tamanho;

Surdez: Congénita ou adquirida.

Cauda: Amputada, rudimentar ou não existente;

Pés: Existência de presunhos;

Pelagem: Albinismo, narinas almaradas no todo ou em parte, pêlo diferente dos tipos descritos;

Tamanho: Gigantismo ou nanismo;

Todo o cão que apresentar qualquer nível de anomalia física ou de comportamento deve ser desqualificado.

 

Nota: Os machos devem sempre apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem descidos no escroto.

 

Fonte : Clube Português de Canicultura (www.cpc.pt)

 

 

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